TRANSCRIÇÃO DE ÁUDIO
Olá! Meu nome é Melissa e este é o Assunto de menina, o Podcast que incentiva a ciência por e para mulheres.
Inspired by Kevin MacLeod
Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3918-inspired
Ao longo dos episódios do Assunto de Menina foi possível reconhecer algumas das inúmeras dificuldades que as mulheres enfrentam nas Ciências, tal como a ausência de credibilidade e de voz. Infelizmente a cientista desse episódio também se deparou com muitas restrições ao seu trabalho mas, apesar dos preconceitos da época, Mary Anning se tornou a “mãe da paleontologia”, sendo a primeira mulher a ficar famosa por caçar fósseis.
Mary nasceu em 21 de Maio de 1799 em Lyme Regis, Inglaterra. Recebeu seu nome em homenagem à sua irmã mais velha que faleceu em um incêndio e, aos 11 anos, perdeu seu pai, Richard, o qual costumava levar Mary e seu irmão, Joseph, para coletar e vender fósseis da região. E essa se tornou a única renda que a família tinha após a morte de Richard, evento que coagiu Anning a deixar a escola.
Ao coletar os fósseis, Mary e seu irmão precisavam ter cuidado pois os penhascos - conhecidos como parte da Costa Jurássica - eram periculosos, tanto que o cão dela morreu devido a um deslizamento durante a coleta. Em 1811, quando Mary tinha 12 anos, eles encontraram um crânio de Ictiossauro, um esqueleto de Plesiossauro em 1820 e, em 1828, descobriram ossos do primeiro Pterodáctilo encontrado na Grã-Bretanha. Além disso, Mary dedicou grande parte do seu tempo ao estudo dos Coprólitos, que são fezes fossilizadas.
Sua família inaugurou o “depósito fóssil da Anning” que comercializava fósseis tanto para os Estados Unidos quanto para a Inglaterra, inclusive diversos caçadores de fósseis da época apreciavam a companhia de Mary em suas coletas, uma vez que ela era uma notável rastreadora de fósseis, cujos conhecimentos e aptidões acerca do assunto eram impressionantes.
A importância de seu trabalho se deu no fato de que, naquela época, a religião ainda regia a ciência e eram inaceitáveis as ideias evolutivas e de extinção de espécimes, propostas por Georges Cuvier. De acordo com Paul Barret, especialista em dinossauros do Museu de História Natural de Londres, - abre aspas - Foi controverso porque implicava que nem todas as criações de Deus eram perfeitas. Algumas eram fadadas ao fracasso. - fecha aspas. Sendo assim, Mary Anning teve papel fundamental na concepção da evolução, ainda mais que Darwin só publicou “A origem das espécies” em 1859, isto é, depois das descobertas da cientista. Acho que não é absurdo falar que o trabalho de Anning deve ter auxiliado nas concepções darwinistas.
Considerando o exposto, é fácil perceber o porquê de Mary Anning ser tão importante para a Geologia e Paleontologia, impulsionando o princípio do interesse por essas áreas. Entretanto, apesar de sua expoente contribuição, seus trabalhos não eram reconhecidos e divulgados, seus fósseis não foram atribuídos ao seu nome em museus. Em uma época que a coleta e estudo de fósseis era atividade de homens ricos, ser um mulher pobre impediu que Anning recebesse o conhecimento que merecia. Inclusive era impedida de frequentar sociedades científicas por conta de seu gênero, viabilizando que seus trabalhos fossem discutidos sem a presença e consideração dela.
E apesar de todas as dificuldades que Mary encontrou em sua vida, ela se destacou por meio de muito esforço e dedicação, chegando a aprender sozinha francês para entender o trabalho de Georges Cuvier sobre fósseis. Ela se correspondia com grandes representantes da Geologia, como William Buckland e Henry de la Beche, e era considerada uma celebridade em sua cidade, chegando a receber visitas do rei da Saxônia e de Jane Austen, famosa escritora inglesa.
Embora não tenha recebido os créditos por seu trabalho em vida, Mary está cada vez mais sendo reconhecida por seus esforços: Estrelado por nada mais nada menos do que Kate Winslet, o filme denominado Ammonite retratará a vida de Anning. Quero fazer um adendo e falar que achei o título muito criativo pois faz menção a um dos tipos de fósseis que Mary costumava coletar. Além disso, uma campanha está sendo movida para construir uma estátua em sua homenagem e a cientista possui fortes chances de ser o rosto da nota de 50 euros.
Só conheci a trajetória de Mary no primeiro ano da Universidade, em uma disciplina denominada Evolução e Diversificação da vida na Terra, e fico extremamente contente em saber um pouco sobre os feitos e esforços dessa grande cientista, que merece todo o reconhecimento que a ela foi negado por uma sociedade tão atrasada, preconceituosa e machista.
A recomendação da semana é de uma série super em alta no momento mas que merece ser divulgada aos quatro ventos, uma vez que aborda temas tão essenciais como feminismo, empoderamento, amizade, machismo, racismo e sororidade. O título é inspirado na famosa “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Morais e retrata um grupo de quatro amigas em meio à ascensão da Bossa Nova no Rio de Janeiro. Coisa mais Linda está disponível na Netflix, contando com uma segunda temporada lançada em Junho de 2020 e conta no elenco com Pathy Dejesus, Maria Casadevall, Fernanda Vasconcelos e Mel Lisboa.
Eu queria agradecer muito pela sua audiência e falar que cada ouvinte é muito importante para atingir o nosso objetivo. Se você tiver alguma sugestão ou opinião não hesite em enviar um e-mail para assuntodemeninacast@gmail.com ou uma mensagem para @assuntodemeninacast no Instagram ou Facebook. Você também pode acompanhar nosso site, lá serão postadas as transcrições dos áudios e assuntos pertinente ao tópico. Os links para as Mídias Sociais e da Trilha sonora serão disponibilizados na descrição desse episódio. Novamente, meu muito obrigada!
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