TRANSCRIÇÃO DE ÁUDIO
Olá! Meu nome é Melissa e este é o Assunto de menina, o Podcast que incentiva a ciência por e para mulheres.
Inspired by Kevin MacLeod
Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3918-inspired
O Programa Apollo foi criado pela NASA com o objetivo de levar o homem à lua durante a chamada Guerra Fria, período no qual os Estados Unidos estavam em plena corrida espacial com a União Soviética. As missões espaciais foram realizadas entre 1961 e 1972, sendo a mais famosa a de 20 de Julho de 1969, conhecida como Apollo 11, a qual permitiu que Neil Armstrong e Buzz Aldrin pisassem na lua. Só que nada disso teria acontecido sem o software de Margaret Hamilton.
Nascida em 1936 na cidade de Paoli, Estados Unidos, formou-se em Matemática em 1958 pela Universidade de Michigan, se pós-graduou no MIT em Meteorologia e depois lecionou Matemática e Francês. Mas intencionando uma pós graduação em Matemática Pura cursou a Universidade de Brandeis e logo assumiu um cargo interino no MIT, Instituto em que foi responsável pelo desenvolvimento de programas de previsão climatológica.
Posteriormente, ainda pelo MIT, Hamilton escreveu códigos entre 1961 e 1963 para o projeto SAGE, os quais procuravam por aeronaves não amigáveis. E nessa mesma época ela escrevia um software para o Laboratório de Pesquisa da Força Aérea de Cambridge, experiência que propiciou sua entrada na NASA, aos 25 anos. Tornou-se diretora e supervisora de programação de software para os projetos Apollo e Skylab pelo Laboratório Charles Stark Draper. Sendo a primeira mulher e engenheira de programação das missões Apollo, Margaret e sua equipe ficaram responsáveis pela criação e aperfeiçoamento do programa de orientação de bordo das espaçonaves. O Software foi utilizado em inúmeras outras missões pois era de extrema competência, inclusive empregado no lançamento da primeira estação espacial norte americana, em 1973, e em ônibus espaciais.
O engraçado é que o trabalho era, inicialmente, temporário, Margaret o aceitou para ajudar nas contas enquanto seu marido trabalhava e acabou sendo primordial para o Apollo 11. Porque minutos antes de pousar na Lua, a espaçonave avisou que não poderia executar as tarefas pois estava sobrecarregada mas o computador, já configurado para lidar com a situação, priorizou as atividades mais importantes e se estabilizou. De acordo com as palavras de Margaret Hamilton, “se o computador não tivesse reconhecido esse problema e tomado uma ação de recuperação, duvido que a Apollo 11 tivesse tido o pouso bem-sucedido na Lua”.
A Margaret tinha uma mente meio catastrófica porque ela previa situações e bugs que poderiam acontecer durante as missões mas foi exatamente sua antecipação que fez da Apollo 11 um sucesso. Um dia sua filha Lauren causou um bug ao acionar o programa de pré-lançamento de uma missão que estava sendo executada e ao informar aos seus superiores o que havia acontecido, eles disseram que os astronautas eram muito bem treinados e não cometeriam erros de tamanha magnitude. Só que uma investigação mostrou foi por conta de um erro dos astronautas ao executarem a lista de comandos que o Apollo 11 quase não aterrissou na lua. Ainda bem que Margaret já sabia que a gente não pode confiar em homens.
Ela inclusive relatou que sua equipe não era levada a sério na época porque o desenvolvimento de Hardware era considerado mais importante, chegando até a popularizar o termo Engenharia de Software por desespero, acreditando que o prefixo Engenharia daria mais crédito para suas funções, como disse ao The Guardian. Apesar disso, escreveu um artigo em 2008 afirmando que, por serem pioneiros, sua líderes tinham plena confiança na equipe.
Em uma cerimônia realizada em 2016, contando com a presença de Bill Gates, Margaret teve seu trabalho reconhecido pelos Estados Unidos ao receber a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honra concedida por aquele país. Hoje, aos 83 anos, é CEO da Hamilton Technologies, empresa criada por ela mesma para oferecer produtos e serviços de engenharia de sistemas e softwares.
“Ela simboliza aquela geração de mulheres anônimas que ajudaram a enviar a humanidade ao espaço”, disse Barack Obama. Destaco aqui que a lista de mulheres que não tiveram seus trabalhos valorizados ou que foram creditados em nome de homens é grande e, no mínimo, revoltador. No começo da Ciência da Computação a área era dominada por mulheres pois era caracterizado como um trabalho fácil, algo como digitar e arquivar documentos. Hoje, as mulheres representam somente 20% dos estudantes de Ciência da Computação no Brasil. Mas como meu Podcast vai ser um sucesso esse número vai crescer bastante.
Na primeira semana de Junho a recomendação é do filme “Estrelas além do tempo”, que retrata a história de um grupo de mulheres afro-americanas atuantes na NASA em meio à segregação racial e a corrida espacial. Baseado em fatos reais, o filme aborda a rotina de Katherine Johnson, Mary Jackson e Dorothy Vaughn, as quais precisavam lidar com o preconceito dentro da Agência e provar suas competências. Apesar de Margaret Hamilton não ser abordada no filme, eu o escolhi por descrever com exímio as dificuldades já enfrentadas pelas mulheres na área e ainda somada a elas o componente racial.
Desde já queria agradecer pela sua audiência e falar que cada ouvinte é muito importante para atingir o nosso objetivo. Se você tiver alguma sugestão ou opinião não hesite em enviar um e-mail para assuntodemeninacast@gmail.com ou uma mensagem para @assuntodemeninacast no Instagram ou Facebook. Você também pode acompanhar nosso site, lá serão postadas as transcrições dos áudios e assuntos pertinente ao tópico. Os links para as Mídias Sociais e da Trilha sonora serão disponibilizados na descrição desse episódio. Novamente, meu muito obrigada!
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