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Irmã Mary Keller



TRANSCRIÇÃO DE ÁUDIO


Olá! Meu nome é Melissa e este é o Assunto de menina, o Podcast que incentiva a ciência por e para mulheres.


Inspired by Kevin MacLeod

Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3918-inspired


Nessa série de episódios sobre mulheres que marcaram a história das STEM - sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática - já abordamos duas mulheres que contribuíram de forma inestimável para a Computação, mas no terceiro episódio do Assunto de Menina vamos romper com dois estereótipos. Porque além de ser uma mulher na Ciência da Computação, Mary Keller também era uma freira.

Mary nasceu em 1913 nos Estados Unidos e aos 19 anos entrou para a ordem das Irmãs de Caridade da Abençoada Virgem Maria e em 1943, quando tinha 30 anos, conquistou o Bacharelado em Ciência com ênfase em Matemática. Dez anos depois concluiu o mestrado em Matemática e Física pela Universidade Católica DePaul. Foi por meio de sua tese denominada “Inferência indutiva dos modelos gerados pelo computador” que Mary Keller recebeu o doutorado em Ciências da Computação, tornando-se assim a primeira doutora na área, em 1965. Além de sua dissertação, Keller redigiu outros quatro livros sobre Computadores e Programação, os quais são referência na área até os dias atuais.

Antes do Doutorado, Mary começou a trabalhar na DarthMouth College em 1958, em uma oficina de Ciência da Computação regida pela Fundação Nacional da Ciência. Participando do desenvolvimento da linguagem de programação BASIC - em português sendo “Código de Instruções Simbólicas de Uso Geral para Principiantes”. A qual foi aplicada em atributos didáticos até ser substituída pelo Pascal, uma vez que esse era mais arrojado e seguro.

Aqui já podemos perceber que o foco de atuação de Mary era a educação, a irmã enxergava os computadores como uma ferramenta didática, capaz de promover um acesso democrático à informação e um ensino qualitativo. Vale ressaltar que na década de 50 não existiam esses mini computadores que levamos na mão todos os segundos e que o veículo de comunicação de massas que predominava, no Brasil, era o rádio - eu brinco que é o pai do Podcast - ou seja, não é exagero caracterizar a Irmã Mary Keller como visionária. E mais para frente teremos mais uma confirmação disso.

Mas primeiro preciso falar sobre a fundação do Departamento de Ciência da Computação na Universidade Clarke, encabeçada por Mary em 1965, logo após concluir seu doutorado. Lá ela atuou como diretora até Janeiro de 1985, ano que faleceu, quando tinha 71 anos. Hoje, o Centro de Serviços de Computação e Informação Keller é mantido pela Universidade Clarke, fornecendo uma bolsa de estudos para os estudantes de baixa renda, homenageando assim os feitos notáveis da freira.

Além de atuar sempre em conjunto com a educação, afinal Mary também ajudou a fundar uma Instituição Infantil para o uso de computadores no ensino, ela lutou pela inclusão feminina na Tecnologia durante toda sua vida.

Como a gente pode observar, Mary possuía visões muito a frente de seu tempo e ideias realmente vanguardistas. Só que ela não parou por aí. Em uma época que o tema não passava de Ficção Científica, Mary era grande entusiasta da Inteligência Artificial, isto é, reproduzir o processo cognitivo humano em máquinas. De acordo com as palavras da freira - abre aspas-: “Nós podemos estudar Inteligências Artificiais. Além disso, esse mecanismo [o computador] pode ser usado para auxiliar pessoas no aprendizado. À medida que teremos alunos cada vez mais maduros e em maior número com o passar do tempo, esse tipo de ensino provavelmente será cada vez mais importante” - fecha aspas -. Entretanto, como se fosse uma previsão da freira, o Século XXI provou que a ​ Machine Learning era possível, sendo usada e estudada cada vez mais, na área da educação e do acesso às informações, assim como Mary tanto acreditava.

A trajetória da Irmã Mary Keller me inspira de forma inexplicável e espero que vocês também compactuem do mesmo sentimento. Se me permitem usar uma expressão informal, quero falar que essa mulher FEZ TUDO. Mas voltando à formalidade porque já dei muito motivo para perder a bolsa, espero transmitir, por meio do Podcast Assunto de Menina, o legado de Mary, a qual tanto fez por uma Ciência mais igualitária tanto para a questão de gênero quanto para os métodos de aprendizado. E agora vamos para a indicação da semana, aposto que muitos de vocês vão gostar da dica.

O Conto da Aia é um livro, o qual inspirou a série de mesmo nome, que retrata uma distopia na qual um Governo Teocrático e Totalitário controla mulheres de maneira opressora, respaldando-se no fundamentalismo religioso como justificativa. Escrito em 1985, ano de falecimento da Irmã Mary Keller, o romance se torna cada dia mais atual, podendo ser observado em discursos de líderes autoritários e conservadores ao redor de todo mundo. Acho que esse livro passa de uma recomendação e torna-se uma obrigação para aqueles que acreditam em medidas democráticas e igualitárias. Por fim, termino com uma frase realmente marcante do Conto da Aia, dita pela protagonista da obra - abre aspas-: “Evito olhar para baixo, para meu corpo, não tanto porque seja vergonhoso ou impudico mas porque não quero vê-lo. Não quero olhar para alguma coisa que me determine tão completamente.” - fecha aspas-.


Desde já queria agradecer pela sua audiência e falar que cada ouvinte é muito importante para atingir o nosso objetivo. Se você tiver alguma sugestão ou opinião não hesite em enviar um e-mail para assuntodemeninacast@gmail.com ou uma mensagem para @assuntodemeninacast no Instagram ou Facebook. Você também pode acompanhar nosso site, lá serão postadas as transcrições dos áudios e assuntos pertinente ao tópico. Os links para as Mídias Sociais e da Trilha sonora serão disponibilizados na descrição desse episódio. Novamente, meu muito obrigada!


Inspired by Kevin MacLeod

Link: https://incompetech.filmmusic.io/song/3918-inspired

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